quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Uma breve despedida

Ao Leal,



Outro dia desses nos encontramos, e a reclamação foi de ambos os lados, estávamos sentindo falta das palavras, que tanto nos acompanhavam.

Mas havia uma reclamação por sua parte, eu havia quebrado uma promessa, aquelas feitas em meio a uma loucura. E como não costumo quebrar promessas, porque a muito honro a palavra aqui estou escrevendo hoje para ti. Para quebrar o silêncio que a muito havia se estabelecido em mim.

Quando soube que iria embora, já era tarde, as malas estavam prontas, os cigarros estavam no bolso e o relógio já anunciava a partida.

Suas palavras já tinham me dito que iria partir, mas inconscientemente eu aguardava mais um encontro. Na verdade, quando soube você já estava prestes a respirar novos ares.

Que esses novos ares encham seus pulmões de vida. E que seus lábios experimentem novos sabores e seus olhos possam ver novas cores.

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

O moinho

A frase não poderia soar mais absurda.

Todos os dias atravessava as escadas do prédio e descia as ruas sussurrando suas mentiras diárias no caminho. Ensaios doentios das hipóteses inexatas dos seus mil eus. Repetia agonizantemente cada palavra das vias tortuosas de seus relacionamentos inférteis, cada capricho inventado das orações ficcionais da igreja dos pais, cada palavra côncava e oca de seus poemas falso-amorosos. Todos os dias se retecia nas redes promíscuas e prazerozas da sua vida falaciosa, se ajeitava perfeito num pesado eu de histórias jamais ocorridas, de beijos shakespearianos e amores anistiados. Furtava migalhas das memórias alheias, de rotinas alheias e se costurando na mortalha anestesiante de não se ser, dormia. Um dia deixou perder seus olhos num sorriso não esperado, vestido em cores fabulosas e nas verdades amargamente belas da felicidade. Arrancou sem medo as pálpebras de neblina, preso eternamente pela lamentável deflagração do seu destino enganoso, mas não soube dizer nunca no que aquilo se distinguia dos seus discursos mal-semeados. A felicidade é o teatro dos infelizes, disse.

A frase não poderia soar mais absurda.

domingo, 4 de outubro de 2009

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sábado, 12 de setembro de 2009

Do you know what a poem is?



Você sabe o que é um poema? Sylvia Plath, essa linda mulher aí ao lado que se matou aos trinta anos (o que deu incríveis dores de cabeça ao seu marido, Ted Hughes, também poeta, considerado um dos grandes de língua inglesa do século 20, por outros quarenta), sabia. Por isso resolvi hoje transcrever um curto trecho de sua última obra, The Bell Jar, e convidá-los a uma reflexão. Nesse trecho ela não define propriamento o que é poesia, mas dá uma resposta brilhante àqueles que a desprezam.
Seguem abaixo o original e uma (tosca) tradução minha.
I spent a lot of time having imaginary conversations with Buddy Willard. He was a couple of years older than I was and very scientific, so he could always prove things. When I was with him I had to work to keep my head above water. These conversations I had in my mind usually repeated the beginnings of conversations I’d really had with Buddy, only they finished with me answering him back quite sharply, instead of just sitting around and saying, “I guess so.”
Now, lying on my back in bed, I imagined Buddy saying, “Do you know what a poem is, Esther?”
“No, what?” I would say.
“A piece of dust.”
Then just as he was smiling and starting to look proud, I would say, “So are the cadavers you cut up. So are the people you think you’re curing. They’re dust as dust as dust. I reckon a good poem lasts a whole lot longer than a hundred of those people put together.”
And of course Buddy wouldn’t have any answer to that, because what I said was true. People were made of nothing so much as dust, and I couldn’t see that doctoring all that dust was a bit better than writing poems people would remember and repeat to themselves when they were unhappy or sick and couldn’t sleep.

The Bell Jar, Sylvia Plath (só não me perguntem a página)
Passei um bocado de tempo tendo conversas imaginárias com Buddy Willard. Ela era alguns anos mais velho que eu e muito científico, o que lhe permitia sempre provar as coisas. Quando estava com ele tinha de me esforçar muito para manter a cabeça acima d'água. Essas conversas que eu tinha em mente geralmente repetiam inícios de conversas que eu realmente tivera com Buddy, elas só terminavam com uma resposta minha bastante áspera, em vez de somente sentar e dizer: "Acho que sim."
Agora, deitada na cama, imaginei Buddy dizer: "Você sabe o que é um poema, Esther?"
"Não, o quê?", eu diria.
"Mero pó."
Então, assim que ele começasse a rir e se sentir orgulhoso, eu diria: "Assim são os cadáveres que você corta em pedaços. Assim são as pessoas que você pensa estar curando. Eles são pó como pó como pó. Acho que um bom poema dura muito mais que uma centena dessas pessoas juntas."
E, é claro, Buddy não teria nenhuma resposta para dar, porque o que eu disse era verdade. As pessoas foram feitas de nada a não ser pó, e eu não podia conceber que curar todo aquele pó era sequer um pouco melhor que escrever poemas que as pessoas iriam lembrar e repetir para si mesmas quando estivessem infelizes ou doentes e não pudessem dormir.

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

"Do fracasso" ou "Como realizar o texto impossível"

"Lutar com palavras
É a luta mais vã.
Entanto lutamos
Mal rompe a manhã.
(...)
Lutar com palavras
Parece sem fruto.
Não têm carne e sangue
Entretanto, luto.
(...)"
O LUTADOR - CDA

Queria eu dizer em poemas o exato desespero que há em meus entretantos. É falho o meu desejo e fracasso amargamente. Por tantas vezes eu preferi dizer da maneira mais suave, sem o critério de impactar ou dar ao meu único leitor (único) a impressão correta de meus sentimentos. Mas é ainda uma questão se isso realmente importa, ou se a intencionalidade se perde aos olhos alheios.

Deveria ser isso objeto de questionamento do outro, não meu. Mas sou ainda mais crítica quando me observo e tento recuperar em palavras antigas a mesma sensação, a mesma linha tênue de sentimento rompido, o mesmo tudo.
Quero ainda poder limitar minhas ideias utilizando um recurso diverso, que não as linhas horizontais onde tudo se encaixa. Ser tão exata em minhas declarações que seria possível aos que não me conhecem resgatar as medidas de meus desassossegos. Como fazê-lo, todavia, se é antes impossível manter a reação até o momento seguinte à ela? Para tanto, seria ainda necessário manter a sensação para além dos desejos de manifestar e, não obstante, realizar o manifesto eficiente.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Um poema em primeira pessoa - ou - O poeta e o nada

A lírica, desde sua origem conhecida, comporta o que nós chamamos de subjetividade. Isto é, escrevo o que aparento sentir, narro acontecimentos e sentimentos que concernem a mim e somente a mim e do modo como eu vejo. Choro, sofro, reflito e, o mais importante, digo sempre EU. É só dar uma olhada mais abaixo: "Deve ser disso que quero tanto falar", "Erro ainda em procurar no objeto em si seu reflexo", "tudo o que anseio permanece aqui". Adoro ler poemas líricos, e com respeito a estes digo o mesmo, ou seja: o que me incomoda não é ler poemas em que reina absoluto um EU. É escrevê-los.
Você deve estar pensando: esse garoto o que é é muito pedante. Mas, veja, a questão é muito mais complexa do que se imagina. Passemos em revista os meus sofrimentos e você verá.
Pode-se sintetizar a dor que os poetas sentem em apenas algumas poucas categorias, que são sempre revisitadas por este ou aquele poeta desta ou daquela forma. As principais categorias são: relações amorosas, conflitos entre EU e o mundo, angústia sem motivo nenhum (o mais comum deles), conflitos interiores. Como não escrevo num blog científico, não me preocupo com a precisão objetiva destas categorias, apenas fornecer uma ideia que vocês possam utilizar como base para a compreensão do que virá a seguir (só se lembrem de que não se trata de toda a poesia, apenas da que trata da dor). Bem, agora vejamos do que é que eu padeço: primeiro, no momento não tenho nenhuma relação amorosa ou paixão com que me preocupar; isso é um problema, mas não, na minha opinião, um material ideal para um poema lírico. Segundo, sofro porque eu sou cruel, e não porque o mundo é cruel; se eu sou cruel, como EU pode reclamar do mundo? Terceiro, angústia sem motivo algum pra mim se chama depressão, e se eu estivesse deprimido iria a um médico, não escreveria um poema. Por fim, temos os conflitos interiores, e esta última classificação é a mais complexa de todas: o EU contra o EU.
Como já disse, tenho problemas em escrever poemas na primeira pessoa - na verdade me recuso. Se eu tivesse de escrever um, seria algo como:
Não sou nada.
Nunca serei nada.
Mas outro já escreveu antes de mim. Estes dois versos resumem bem o que represento para o mundo e o que devo representar para mim mesmo: o vazio. Só porque sou um pedaço de matéria consciente significa que sou de fato alguma coisa? Que o nosso mundo representa alguma coisa? Existem infinitos mundos, cada qual com os seus deuses: por que o meu mundo e os deuses do meu mundo seriam melhores do que os outros e os deuses dos outros? Se os deuses do meu mundo não têm importância, por que meus conflitos teriam?
O homem o que é é muito egocêntrico.
É só vocês lembrarem esta máxima: a poesia está para o homem assim como miar está para o gato. O sublime não é tão sublime, porque não há como transcender nossa animalidade. Esta é a maior verdade que já se ousou dizer algum dia e (embora perturbadora), com certeza, Indubitável.
FIM

terça-feira, 4 de agosto de 2009

(lat speculu)

O meu peito deseja e, estranho, persegue as palavras que faltam ao meu truncado sentido. No desassossego, acabei por entender a necessidade da vida/morte das coisas - eu mesmo me dividi em vários pedaços mortos/vivos pouco delimitados. Foi o inverno que trouxe o tempo; o excesso trouxe a maldita sensação de que sei das coisas: não há no mundo alguém mais obstinado em me pertencer que eu, alguém que pretenda mais conhecer-me que este indivíduo que me habita.

É no exame do espelho que o indivíduo me estranha: há alguém neste mundo igual ao eu que imagino de mim? Responde, então, a minha face, que sou eu mesmo a me procurar. Não encontro fundamento, porém, para manifestar a realidade do que vejo ou do que escuto, miúdo, dentro da concha. Aleatoriedades à parte, a perturbação de não conhecer o indivíduo refletido é ainda maior do que a morbidez de negá-lo. Aquele lá, não sou mesmo eu. Aquele lá, não sei quem é.

Demora a superfície a refletir o ser e nesse milésimo de tempo eu mudo infinitamente até que seja outro e não eu. Percebo ainda a ineficácia do espelho que procura um ângulo adequado da imagem, cuja intenção pode ser vagamente especulada. Erro ainda em procurar no objeto em si seu reflexo, sendo ele tudo o que o objeto produz. Culpo o tempo, o espelho e tudo o que há, porque não sou eu o ser mimético refletido. Amargo, o não-eu desaparece do reflexo e me segue. Agora sou eu e minha não-imagem percorrendo o caminho vazio da auto-afirmação. Só porque não gostei do que vi.

domingo, 2 de agosto de 2009

Um filho ou de repente

Deve ser da força lerda dos braços cansados, do medo suculento das pálpebras caídas. Deve ser do rastro apagado da noite de ontem, as línguas são facas, porta-vozes dos nossos discursos ferozes, a casa do peito tem um telhado que só serve para esconder o céu. Deve ser disso que quero tanto falar, a palavra que escorre dos lábios e nasce num grito, nasce necessária, envolve (n)essa nudez coitada que é a roupa do corpo de sempre, nasce falida, pedindo perdão pelo encontro, desvirginando os poros, nasce impossível, indomável. Minha.

Ando seco, terrível, meio Clarice, falando do túmulo. A página do diário é aquela mesma de meses atrás, rabiscadas algumas linhas com o fôlego infantil da caneta nova, esperando um encontro no lixo. Cheios estão os olhos, um filme inevitável que despreza o meu gosto. Queria falar dos meus dias de férias de um nada expansivo e soberbo, as mil cores de julho na valsa dos meus planos, pouco dinheiro em copos cheios de sorrisos tão breves, tão nossos. Queria falar do meu pai na eterna véspera da colheita dos sonhos, me perder na ignorância das canções de mal gosto da alma e nesse pranto infindável que é pensar no que dizer. Quero.

Quero amar. Um café que desça bem rápido e um cigarro que faça sentido.

sexta-feira, 31 de julho de 2009

Intervenções durante à noite,

Há um tempo atrás iniciaria um texto de um modo um tanto poético citando como meus dias têm passado, diria outrora sobre as crianças que passam nas ruas e o finalizaria, talvez, dando um – péssimo, se assim posso dizer - conselho.

Mas hoje não, não nesta noite, deixei de sussurrar meus devaneios... Sim finalizo a maioria das noites sussurrando pequenos devaneios – inconfessáveis até para mim – para dar espaço à saudade do que muito estava só. E do que ainda permanece.

A realidade é que tudo o que anseio permanece aqui, como uma pequena chama. Você(s) é(são) como uma porta para a liberdade e vontade de ir além. A liberdade não só está em você(s) como está dentro de mim. E minha vontade de ir até você(s) permanece sempre. Duvidem se quiserem, mas é a realidade agora. Cheguei.

quarta-feira, 29 de julho de 2009

O ser e o nada

Parece que minhas perguntas anteriores, feitas há uma semana, surtiram mesmo efeito. Uma semana sem nenhum texto postado.
Bem, como convidado pelas antigas donas da casa a fazer parte dela, temo frustrá-las com estes meus escritos - não tenho a menor ideia de como era o antigo Dubitável, e me parece que não se parecia absolutamente de nenhuma forma com o que vocês estão lendo agora. Sou mais um invasor que convidado. Mas, como sinto que há leitores impacientes esperando alguma coisa - qualquer coisa - para lerem aqui, tentarei satisfazê-los hoje, não com algo de minha autoria, mas de alguém que não é alguém que se despreze.
É um fragmento de um texto que se chama "Notas para a recordação do meu mestre Caeiro", escrito por Álvaro de Campos e publicado pela primeira vez na revista Presença, de Lisboa, em janeiro de 1931. É um texto breve, no qual Campos relata suas impressões sobre seu mestre Alberto Caeiro. (Se você ainda não leu a poesia de Caeiro, faça-o com urgência. O mesmo sobre Álvaro de Campos.) A um ponto da narrativa, nos deparamos com um diálogo entre os dois, no qual Campos diz ao outro que ouvira alguém dizer que Caeiro era um poeta materialista, o que ele não achava de todo um absurdo:
Caeiro ouviu-me com uma atenção de cara dolorosa, e depois disse-me brucamente:
"Mas isso o que é é muito estúpido. Isso é uma coisa de padres sem religião, e portanto sem desculpa nenhuma".
Fiquei atônito, e apontei-lhe várias semelhanças entre o materialismo e a doutrina dele, salva a poesia desta última. Caeiro protestou:
"Mas a isso que V. chama poesia é que é tudo. Nem é poesia: é ver. Essa gente materialista é cega. V. diz que eles dizem que o espaço é infinito. Onde é que eles viram isso no espaço?"
E eu, desnorteado: "Mas V. não concebe o espaço como infinito? Você não pode conceber o espaço como infinito?"
"Não concebo nada como infinito. Como é que eu posso conceber qualquer coisa como infinito?"
"Homem", disse eu, "suponha um espaço. Para além desse espaço há mais espaço, para além desse mais, e depois mais, e mais, e mais... Não acaba..."
"Por quê?", disse o meu mestre Caeiro.
Fiquei num terramoto mental. "Suponha que acaba", gritei, "o que há depois?"
"Se acaba, depois não há nada", respondeu.
Esse gênero de argumentação, cumulativamente infantil e feminino, e portanto irrespondível, atou-me o cérebro durante uns momentos.
"Mas V. concebe isso?", deixei cair por fim.
"Se concebo o quê? Uma coisa ter limites? Pudera! O que não tem limites não existe. Existir é haver outra qualquer coisa e portanto cada coisa ser limitada. O que é que custa conceber que uma coisa é uma coisa, e não está sempre a ser uma outra coisa que está mais adiante?"
Nessa altura senti carnalmente que estava discutindo, não com outro homem, mas com outro universo. Fiz uma última tentativa, um desvio que me obriguei a sentir legítimo.
"Olhe, Caeiro... Considere os números... Onde é que acabam os números? Tomemos qualquer número - 34, por exemplo. Para além dele temos 35, 36, 37, 38, e assim sem poder parar. Não há número grande que não haja um número maior..."
"Mas isso são só números", protestou o meu mestre Caeiro.
E depois acrescentou, olhando-me com uma formidável infância:
"O que é o 34 na Realidade?"

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Uma brevíssima introdução

Bem, visto, como vocês devem ter observado, que nós ostentamos tão orgulhosamente e tão presunçosamente o fato de de tudo duvidarmos, de vermos o mundo tão ceticamente e a ele impormos sempre, sem dó nem piedade, um grande ponto de interrogação, talvez fizéssemos bem em começar duvidando do próprio estatuto de um blog. O que é um blog? De onde veio? Para onde vai? Por que as pessoas leem blogs? Por que as pessoas seguem blogs? Por que ressussitar um blog depois de tanto tempo (esta é uma segunda versão de Dubitável) se, morto, ele não fazia mal a ninguém?
A partir daí, decidi-me empreender um profunda investigação sobre o assunto e desenvolvi algumas teorias, as quais, claro, não aprofundarei aqui, apresentando apenas suas linhas gerais. A primeira pergunta que me fiz foi: como alguém consegue, nesses tempos em que ninguém tem tempo, ter tempo para seguir blogs? Confesso que, a princípio, essa questão quase me tirou do sério. Mas aí tive um daqueles insights: provavelmente, as pessoas não tem tanto o que fazer assim... Falta do que fazer... Achei essa uma ótima teoria. Mas posso estar errado, ninguém é dono da verdade. Por isso, duvidem de mim. Só não fiquem ofendidos.
Italo Calvino dizia ser uma das maiores revoluções antropológicas do século 20 a criação do retrovisor interno do carro, que permite ao motorista olhar para frente e para trás ao mesmo tempo, sem necessariamente ver seu reflexo. Seria um blog uma revolução antropológica da mesma magnitude de um retrovisor? Difícil.
No entanto, prosseguindo minhas meditações, deparei-me de repente com uma pergunta que me deixou assustado. Por que as pessoas escrevem blogs? Por que estou me dando ao trabalho, neste exato momento, de escrever um texto e postá-lo num blog? Bem, nesse curso de minhas reflexões, observando que o ponto de interrogação se voltava contra mim, resolvi deixar quieto.