"Lutar com palavras
É a luta mais vã.
Entanto lutamos
Mal rompe a manhã.
(...)
Lutar com palavras
Parece sem fruto.
Não têm carne e sangue
Entretanto, luto.
(...)"
O LUTADOR - CDA
Queria eu dizer em poemas o exato desespero que há em meus entretantos. É falho o meu desejo e fracasso amargamente. Por tantas vezes eu preferi dizer da maneira mais suave, sem o critério de impactar ou dar ao meu único leitor (único) a impressão correta de meus sentimentos. Mas é ainda uma questão se isso realmente importa, ou se a intencionalidade se perde aos olhos alheios.
Deveria ser isso objeto de questionamento do outro, não meu. Mas sou ainda mais crítica quando me observo e tento recuperar em palavras antigas a mesma sensação, a mesma linha tênue de sentimento rompido, o mesmo tudo.
Deveria ser isso objeto de questionamento do outro, não meu. Mas sou ainda mais crítica quando me observo e tento recuperar em palavras antigas a mesma sensação, a mesma linha tênue de sentimento rompido, o mesmo tudo.
Quero ainda poder limitar minhas ideias utilizando um recurso diverso, que não as linhas horizontais onde tudo se encaixa. Ser tão exata em minhas declarações que seria possível aos que não me conhecem resgatar as medidas de meus desassossegos. Como fazê-lo, todavia, se é antes impossível manter a reação até o momento seguinte à ela? Para tanto, seria ainda necessário manter a sensação para além dos desejos de manifestar e, não obstante, realizar o manifesto eficiente.