quarta-feira, 22 de julho de 2009

Uma brevíssima introdução

Bem, visto, como vocês devem ter observado, que nós ostentamos tão orgulhosamente e tão presunçosamente o fato de de tudo duvidarmos, de vermos o mundo tão ceticamente e a ele impormos sempre, sem dó nem piedade, um grande ponto de interrogação, talvez fizéssemos bem em começar duvidando do próprio estatuto de um blog. O que é um blog? De onde veio? Para onde vai? Por que as pessoas leem blogs? Por que as pessoas seguem blogs? Por que ressussitar um blog depois de tanto tempo (esta é uma segunda versão de Dubitável) se, morto, ele não fazia mal a ninguém?
A partir daí, decidi-me empreender um profunda investigação sobre o assunto e desenvolvi algumas teorias, as quais, claro, não aprofundarei aqui, apresentando apenas suas linhas gerais. A primeira pergunta que me fiz foi: como alguém consegue, nesses tempos em que ninguém tem tempo, ter tempo para seguir blogs? Confesso que, a princípio, essa questão quase me tirou do sério. Mas aí tive um daqueles insights: provavelmente, as pessoas não tem tanto o que fazer assim... Falta do que fazer... Achei essa uma ótima teoria. Mas posso estar errado, ninguém é dono da verdade. Por isso, duvidem de mim. Só não fiquem ofendidos.
Italo Calvino dizia ser uma das maiores revoluções antropológicas do século 20 a criação do retrovisor interno do carro, que permite ao motorista olhar para frente e para trás ao mesmo tempo, sem necessariamente ver seu reflexo. Seria um blog uma revolução antropológica da mesma magnitude de um retrovisor? Difícil.
No entanto, prosseguindo minhas meditações, deparei-me de repente com uma pergunta que me deixou assustado. Por que as pessoas escrevem blogs? Por que estou me dando ao trabalho, neste exato momento, de escrever um texto e postá-lo num blog? Bem, nesse curso de minhas reflexões, observando que o ponto de interrogação se voltava contra mim, resolvi deixar quieto.

10 comentários:

Má Khalil disse...

Que surpresa vir aqui e encontrar um post.




Seja bem-vindo.

Unknown disse...

você não imagina a minha...

Unknown disse...

bela dúvida para começarmos. ou desistirmos.

Vinícius Remer disse...

se, morto, ele não fazia mal a ninguém? NÃÃO

Fiquei imensamente feliz com a volta do Dubitável, parabéééns
:D

Anônimo disse...

E o passado foi apagado.

Carolina Bottura disse...

escreve-se, pois não há como não escrever...

DBorges disse...

Entrei querendo respostas, sai com a cabeça cheia de perguntas.

Não escondo minha felicidade em ver isso aqui funcionando mais uma vez.
Que os novatos sejam tão bons quanto os veteranos.

Beijos, Rafa!

Luiz Felipe Leal disse...

"como alguém consegue, nesses tempos em que ninguém tem tempo, ter tempo para seguir blogs?"

muito boas questões. e uma ótima introdução que deixa claro o bom gosto.

feliz que estou,
abs.

Gustavo Ruzene disse...

na dúvida...sempre...e sempre...
repasse a questão!
dizem que os idiotas devolvem as perguntas. eu já acho que perguntas não precisam ser respondidas...

enfim...com ênfase no "pesunção"...sigam em frente!
sem ambição ou dose de arrogãncia,
tudo vai ficar chato!
campanha: "humildade 0"

Anônimo disse...

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